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E AGORA JOSÉ?

De volta à cidade grande: professora formada, com meu diploma, minha experiência acumulada, mas que área atuar? Forró? Pilates? Yôga? Educação Física Escolar?

E agora, José? A festa acabou, A luz apagou, O povo sumiu, A noite esfriou, E agora, José? E agora, Você? Você que é sem nome, Que zomba dos outros, Você que faz versos, Que ama, protesta? E agora, José? Está sem mulher, Está sem discurso, Está sem carinho, Já não pode beber, Já não pode fumar, Cuspir já não pode, A noite esfriou, O dia não veio, O bonde não veio, O riso não veio, Não veio a utopia E tudo acabou E tudo fugiu E tudo mofou, E agora, José? E agora, José? Sua doce palavra, Seu instante de febre, Sua gula e jejum, Sua biblioteca, Sua lavra de ouro, Seu terno de vidro, Sua incoerência, Seu ódio, - e agora? Com a chave na mão Quer abrir a porta, Não existe porta; Quer morrer no mar, Mas o mar secou; Quer ir para Minas, Minas não há mais. José, e agora? Se você gritasse, Se você gemesse, Se você tocasse, A valsa vienense, Se você dormisse, Se você cansasse, Se você morresse... Mas você não morre, Você é duro, José! Sozinho no escuro Qual bicho-do-mato, Sem teogonia, Sem parede nua Para se encostar, Sem cavalo preto Que fuja do galope, Você marcha, José! José, para onde?


(Carlos Drummond de Andrade)


Tudo novo para eu continuar e recomeçar minha vida profissional em São Paulo, mas agora professora formada. Aqui, eu deixei arquivado meu Projeto Forró Pé de Serra, ou seja, não continuei sendo professora de forró, por dois motivos: um por eu estar exausta e outro que queria ampliar essa minha nova visão sobre a cultura corporal, indo para a área do Pilates, Yôga e Yogilates. Dessa maneira, poderia conectar as práticas de alongamento, relaxamento, tão necessárias à dança com as minhas práticas de forró, agora como dançarina, forrozeira e pesquisadora autônoma.

E, foi assim que me interessei mais ainda em estudar o método Pilates, o Yôga, com livros de postura, fisioterapia, neurologia e a física quântica, pois já sabia que o corpo registrava todos nossos aprendizados, e já estava direcionando minha nova pesquisa, “O encontro com meu eixo”, por essas linhas de sistematização juntamente com a minha graduação.

Dito e feito, meus horizontes se ampliaram, e primeiramente comecei a dar aula de Pilates e Yôga na Academia Commando Fitness, e ao mesmo tempo tive a oportunidade de ser coordenadora do Projeto Escola da Família, na Escola Estadual Paulo Setúbal, durante o ano de 2006. Esse novo ingresso em minhas atividades profissionais foi extremamente importante para a minha formação de professora, educadora na formação de novos paradigmas sobre a Educação Física.

Nesse momento estava tão envolvida, que elaborei e coloquei em prática junto aos universitários, mais de vinte projetos nos eixos da educação continuada, arte, cultura, esportes e saúde, propostos pelo projeto. E, foi onde eu me apaixonei pela educação infantil, e pensava que jamais gostaria de trabalhar com crianças. Elas me ensinaram muito na prática a complexidade do ser humano, foi sem dúvida, a maior experiência em minhas práticas pedagógicas, pois já estava com a teoria e a prática acumulada e pude concretizar tudo que havia apreendido na universidade.

Um dos projetos que mais ficou marcado para mim, foi a “ginástica de solo infantil”, onde desenvolvi atividades circenses, atividades acrobáticas, o famoso escorregador de areia, o Pilates, o Yôga e massagem, isso tudo novidade tanto para mim como para as crianças.



Certamente, guardarei essas recordações para sempre em minha vida e como exemplo de conquista profissional. A dimensão foi enorme, a comunidade ia todos os finais de semana na escola, e criei um blog para colocar todos os registros: http://projetoescoladafamilianopaulosetubal.blogspot.com.


Mas tive que tomar outra decisão... Em setembro de 2006, iniciei o Pilates, Yôga e Yogilates, em outra academia, a Viva, a qual era professora nos três períodos. Nesse momento, fiquei completamente exausta, pois me envolvia de corpo e alma em ambos trabalhos. Então, no final do ano eu saí da escola da família, para focar meus estudos no Pilates e Yôga, intensificando minha pesquisa e meus próprios registros corporais referentes a essas práticas de ginástica.



No ano seguinte, em 2007, me dediquei exclusivamente à academia viva, como professora e foi aqui que me aprofundei em minhas pesquisas sobre o nosso eixo, começando uma nova paixão, compreender cientificamente o que estaria nessa complexidade do ser humano, o corpo não mentia nunca!


Também fui professora particular de uma criança de 10 anos, com necessidades educacionais especiais, com o objetivo de despertar a concentração e tranqüilidade nele, por meio do pilates e o yôga. Nossos encontros eram semanais, e obtive sucesso na proposta. Aos poucos, meu aluno foi aprendendo a se concentrar por meio da respiração e do controle de seus movimentos, pois tinha que prestar atenção para conseguir realizá-los.



Em 2008, além das aulas da academia, comecei a ser professora eventual (temporária) na Escola Estadual Caetano de Campos, na qual tinha feito meu colegial, e agora era professora! O mundo dá voltas! Essa experiência em educação física escolar me possibilitou colocar em prática a tão falada ‘cultura corporal’ – foi fácil e difícil ao mesmo tempo - com novas oportunidades de movimento corporal para os alunos do ensino fundamental e ensino médio.



Encantei-me novamente por essa nova prática pedagógica. Eu fui além da educação física de esportes e rendimento, a qual a grande maioria dos professores segue por puro comodismo. Mesmo sem material, eu revolucionei e conquistei a amizade de todos meus alunos, pois valorizei a individualidade de cada um com amor, respeito e disciplina, os quais eles não estavam acostumados, devido à falta de responsabilidade dos professores. Meus métodos foram implacáveis: aulas teóricas e práticas de educação física, biologia, nutrição, artes, yôga, pilates e avaliações. Tudo isso se concretizou porque eu não me acomodei em jogar a bola para os alunos! Coitados! A visão deles de educação física era horrível, e aos poucos, fui trabalhando com esse novo paradigma que ficou registrado em seus corpos.

Para mostrar a minha práxis, eu levei durante um mês minha bola grande para práticas de Pilates, na escola, todos os dias. Quando não podia descer com os alunos, eu ficava na própria sala de aula ensinando essa nova modalidade que nunca tinha nem ouvido falar. Houve resistência apenas por parte da direção, pois não queriam deixar eu dar aula no pátio da escola – sem comentários – mesmo assim, não recuei e ministrei todas as aulas dentro da sala, levando a bola e meu tapetinho (mat) de yôga. Os alunos simplesmente se divertiram muito, puderam expressar a alegria pelo corpo, e apreenderam toda a teoria da respiração, alongamento, repressões corporais, entre outros assuntos abordados.



Graças a minha formação acadêmica e a minha responsabilidade como professora e educadora na promoção e na formação de seres humanos críticos, minha proposta foi concretizada.

E, no final de 2008, outro projeto que elaborei foi colocado em prática por mim mesma: a produção de meu primeiro desfile, o lançamento de minha marca - “Suel Shákti” - de roupas para as práticas em especiais de pilates, yoga, yogilates, dança e corrida. O nome que pesquisei para essa nova proposta foi: “Coleção Dèjá Vu Excitation Here”, indo além de um desfile comum apenas para mostrar as roupas da coleção, que quis mostrar a importância das atividades corporais ou conhecidas como ‘atividades físicas’, com roupas confortáveis e confeccionadas sob medida.

Elaborei um release que foi entregue em pergaminhos para todos os parceiros, convidados e a equipe da produção:

“Eu já tive essa sensação antes...”. Você já passou por essa situação e pareceu que o tempo tinha congelado? Estranho demais!



Você já viu uma pessoa pela primeira vez e pensou que a conhece de algum lugar? Ou ao conversar com alguém percebeu que já havia falado exatamente as mesmas palavras anteriormente? Isso é o Dèjá Vu!



A expressão francesa, que significa “já visto” (e também “já senti”) é usada para indicar um fenômeno que acontece no cérebro da maior parte da população mundial. O termo foi aplicado pela primeira vez por Emile Boirac (1851-1917), um estudioso interessado em fenômenos psicológicos.

Déjà Vu é quando nós vemos ou sentimos algo pela primeira vez e temos a sensação de já ter visto ou experimentado aquela sensação anteriormente, sob o aspecto espiritual e também sob o ângulo da neurologia e da psicologia. Normalmente, porém, este sentimento está associado à estranheza. Ou seja, a pessoa vivencia a sensação de algo já ter ocorrido, ou de já ter estado em um determinado lugar, consegue prever o que ocorrerá no roteiro que está experimentando aparentemente pela primeira vez, mas que sente ser familiar, mesmo que pareça impossível já ter vivido esta experiência anteriormente.

Esse sentir parece não haver tempo nem espaço, é simplesmente aquele momento único, uma grande poesia que nossa alma vivencia, sem saber o porquê.

E, partindo dessa premissa, a Coleção foi elaborada com a proposta de inovar o conceito de corpo versus alma tão discutido na área das atividades físicas.

A maioria dos seres humanos tem uma compreensão de que esse corpo é puramente biológico, mas nós, da Equipe da Coleção, temos outra visão, de que o nosso corpo vai além, ou seja, temos uma cultura corporal que abrange todos nós - corpo matéria, corpo emocional e corpo espiritual, sendo uno, sem fragmentações. E essa concepção aponta um caminho para uma saúde verdadeira, integral e completa, onde as questões puramente fisiológicas passam a ser mais abrangente, chegando à memória de nossas células.

Então, tal “saúde integral” é uma nova perspectiva de um ser humano unificado, onde o visível (a matéria) e o invisível (mente/alma/espírito) precisam ser entendidos como as mesmas ferramentas para se atingir uma vida feliz com seu corpo, seu templo, a morada de nossa essência.

Dessa maneira, a “Coleção Dèjá Vu Excitation Here” (momento de prazer), chega ao mercado de roupas para práticas corporais com o intuito de evidenciar a individualidade do ser humano, por meio de peças elaboradas sob medida, valorizando cada biótipo, o qual sempre foi imposto pela sociedade, e que o mesmo não corresponde à realidade dos mesmos.


Participe dessa nova proposta da cultura corporal!


Além desses meus trabalhos, também dei início a uma proposta no Centro Bioterapêutico Victoria Jenney, em outubro de 2008, com aulas de pilates e yogilates, para turmas com no máximo três alunos por aula. Esse trabalho ainda está em fechamento, por motivos de organização do espaço e meu foco voltado para esse concurso de professor auxiliar do folclore brasileiro – técnica e pedagogia da dança, na UFRJ.

Agora, estou totalmente direcionada a esse concurso, o qual parece um sonho, mas é sem dúvida, a oportunidade de colocar em prática tudo isso que estudei, pesquisei e venho aprimorando por meio das minhas práticas pedagógicas. E, foi por causa disso que estou sistematizando e terminando esse meu primeiro memorial, organizando todas minhas produções, enfim, se não tivesse aberto esse concurso, talvez não estaria tão certa de que amo ser educadora e que quero seguir a carreira universitária.

Contudo, estarei dentro da universidade novamente, em contato direto com grandes mestres, pesquisadores de diversas áreas, o que contribuirá para a realização de meu mestrado e doutorado nesse mesmo ano de 2009.

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